27 de fevereiro de 2019

Ano Centenário de Shopia de Mello Breyner

"No Centenário do seu nascimento, comemorar Sophia é comemorá-la, lembrá-la em comum. E é celebrar essa funda e desassombrada exaltação da vida, essa aguda e universal consciência do mundo de que a sua poesia dá testemunho para sempre" http://centenariodesophia.com/manifesto/

A Comissão das Comemorações do Centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen, sediada no Centro Nacional de Cultura, na qual ela esteve tão ligada, propõe um programa vivo e vasto, ambicioso e atualizado de Sophia. 
Este programa é tributo e homenagem, de uma personalidade única, de uma vida intensa e de uma obra excecional.
       
         1919-2004
Fonte: https://www.google.pt/search?q=sophia+de+mello

"Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de novembro 1919 no Porto, onde passou a infância. Em 1939-1940 estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Na sequência do seu casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, passou a viver em Lisboa. Foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Além da literatura infantil, Sophia escreveu também contos, artigos, ensaios e teatro. Traduziu Eurípedes, Shakespeare, Claudel, Dante e, para o francês, alguns poetas portugueses".
É autora de vários livros e poemas, como exemplo, "A fada Oriana", "A menina do Mar", "O Cavaleiro da Dinamarca", "Obra Poética", entre outros.

Quem leu o livro "Histórias da Terra e do Mar", de Sophia de Mello Breyner Andresen, terá, certamente, na memória o conto Saga. Nele narra-se a viagem do jovem Hans que, atraído pelo mar, embarca num veleiro contra a vontade do pai. Das águas gélidas do Norte da Europa parte rumo ao Sul e a cidade onde desembarca, de "respiração rouca", "colorido intenso e sombrio" Sophia nunca diz o nome, mas adivinha-se pela descrição é o Porto. Hans virá a tornar-se um importante homem de negócios e comprará "uma quinta que do alto de uma pequena colina descia até ao cais de saída da Barra", escreve Sophia.

Aqui podemos ver a ficção muito próxima da realidade...

A quinta que a autora descreve é a mesma onde durante a infância tantas vezes brincou livremente, ela e o primo, o escritor Ruben A., e a que ambos aludem com frequência nas suas obras literárias.
A casa está oficialmente aberta ao público para visita, encontra-se no Jardim Botânico do Porto. Nela encontra-se o Museu da História Natural e da Ciência, um dos polos da Universidade do Porto.


Fonte: https://www.google.pt/search?q=casa+museu+Andresen&
Recomendamos uma visita à casa Andresen para comemorar os 100 anos de Sophia de Mello Breyner :)
Ou podem consultar http://centenariodesophia.com onde encontram vários eventos em sua homenagem! 

Fontes: Revista Visão, http://centenariodesophia.com.

4 de fevereiro de 2019

Fazer o que nos apaixona - Os mitos e a realidade

Passamos a vida a ouvir: "o que queres ser quando fores grande?" e quando crescemos passamos a ouvir: "o que fazes?". O que é mais estranho é que sabemos logo que estas perguntas se referem à nossa profissão, apesar de não serem explícitas quanto a isso, como se nós fossemos o que fazemos apenas profissionalmente. 

Já me tinha questionado muitas vezes sobre isto, mas ao ouvir um podcast dos americanos "The Minimalists" pensei de uma outra forma no assunto. E, se em vez de respondermos sobre a nossa profissão, respondermos sobre aquilo que nos apaixona. Imagina o seguinte diálogo: 
"- Então, o que queres ser quando cresceres?
 - Hmmmm, sabes, hoje em dia estou fascinado com ornitologia e Fortnite. Ando apaixonado por isto e tenho perdido várias horas a pesquisar o assunto..."
Não achas que torna as coisas menos definitivas e que não nos reduz a uma profissão?



Na sequência de pensar nesta abordagem pensei nisto de nos apaixonarmos por alguma coisa e depois dedicarmos tempo e parte da nossa vida a isso. Existem tantos mitos associados a trabalharmos naquilo que gostamos. Muitos dizem: "Faz aquilo que gostas e não terás que trabalhar um dia na vida!", e eu discordo tanto. Eu gosto muito do que faço, mas nem tudo são rosas. Para fazer o que gosto existem muitas coisas que não gosto. Não gosto de burocracia, finanças, segurança social, fazer telefonemas... mas são coisas que tenho que fazer todos os dias. Ou seja, faço o que gosto na maior parte do tempo, mas há dias difíceis e haverá sempre, em qualquer vida! Nem tudo corre ao nosso gosto e há sempre assuntos aborrecidos que temos que resolver. 

O que podemos ir fazendo é olhar para o que estamos a fazer e adequar o máximo que consigamos ao caminho que temos que percorrer para chegar onde queremos. E sempre que sintamos que estamos a sair do nosso trilho podemos olhar para os nossos objetivos e refletir sobre o que andamos cá a fazer. Em dias menos bons, em alturas de testes, quando o estudo dá cabo de nós, podemos sempre pensar: "porque é que estou a fazer isto?" e a resposta nem sempre é óbvia... Nessas alturas é bom falar com um amigo (da tua idade ou mais velho, que já tenha passado pelo que estás a passar) e desabafar. Não temos que andar sempre felizes e divertidos! 



Concluindo: podemos fazer o que nos apaixona, mas não vamos sentir que todos os dias sejam espetaculares, há sempre coisas que gostamos menos. Temos que ir ultrapassando esses dias e ir construindo um eu cada vez mais próximo daquele que queremos ser, questionando as nossas decisões durante o caminho. Acredita que TODOS passamos pelas mesmas dificuldades e às vezes falar com outras pessoas sobre isso ajuda.